Saturday, April 28, 2007

FATO E OPINIÃO

O universitário Lázaro Gondim me enviou o seguinte texto:

Nos últimos dois anos, o número de universitário tem aumentado bastante no município de Upanema, ocasionado pela febre de pesssoas que passaram no vestibular, sem contar com os que fazem cursinho.
Na primeira semana, na volta das férias, o ônibus está indo lotado. Novos universitário tem chegado, principalmente da UERN e do GEO, ocasionando uma série de confusões pelas cadeiras.

Meu comentário:
A briga das cadeiras dos estudantes me lembra também a briga das cadeiras nas câmaras de deputados e de vereadores por causa da infidelidade partidária. Há uma grande semelhança entre ambos: o que acontece agora é por causa de problemas não resolvidos no passado: a falta de uma legislação no que se refere a uma reforma política. Aqui falta díalogo, consciência e (agora) outro ônibus.

Thursday, April 19, 2007

MONÓLOGO

Nosso povo aqui remonta há muito anos. Perdemos a conta dos dias que vivemos neste chão.
Um dia, um triste dia, portugueses aportaram para explorar nossa terra. Mas resolveram matar nossa gente. O número foi reduzido em comparação com os milhões que tínhamos.

DIA DO ÍNDIO

Neste dia lembramos de muita coisa sobre os índios. Algumas histórias nos fazem lembrar deles como aquela da cesta de frutas que o patrão branco enviou por um índio. O inocente, por não saber ler, demorou a entender por que o destinatário sabia o número de frutas que ele trazia.
Também me lembro daquele besteirol bem elaborado de Tiririca: "ìndia teus cabelos, índias teus cabelos, ìndia teus cabelos, índias teus cabelos, ìndia os teus cabelos, os teus cabelos..." E por aí se vai.

Wednesday, April 18, 2007

COISAS DA LÍNGUA

UMA PORRADA

Uma porrada pode significar uma grande pancada desferida em qualquer parte do corpo. Existe também outro significado para uma porrada. Escuto muita gente dizendo que gastou uma porrada no carro e ele não presta. Ou que gastou uma porrada com o filho, comprando livros, investindo em cursinhos, etc mas não rendeu nada, ou seja, não passou no vestibular. Portanto, uma porrada pode ser uma coisa boa, dependendo do sentido. E é isso que muita gente está tentando levar. Levar, não, receber dinheiro fácil de uma mega-cena acumulada. Muita gente espera por essa porrada, mas só está levando porrada mesmo!

Tuesday, April 17, 2007

CIDADES DO RIO GRANDE DO NORTE

AÇU

Açu (Assú), segundo o Glossário Paraense, é um sufixo muito comum: jacaré-açu, cupuaçu, cauaçu,etc. em tupi significa grande. O Aurélio Eletrônico diz que açu significa grande; considerável. Soares Amora escreve: Grande.
"Nos idos de 1650, a terra rica em lavoura e pecuária do vale tinha a presença de vários grupos indígenas pertencentes à nação dos janduís. Nessa mesma época, o homem branco começava a explorar os potenciais da região, gerando amplo conflito de interesses com os índios. O homem branco partindo para a criação bovina, e os janduís considerando legítima a caça ao gado.
Devido à intensidade das lutas entre brancos e índios, o conflito ficou conhecido como a Guerra dos bárbaros. (...)
Com a presença de Bernardo Vieira de Melo, governador da Capitania do Estado, surgiu no grande vale, em 1696, o Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres. Estava começando a existência de um dos mais antigos municípios do Rio Grande do Norte, e da maior do Vale do Açu. Bernardo Vieira instalou-se com seus soldados no novo arraial e permaneceu vários meses na localidade. (...)
Açu está localizado na Região do Vale do Açu, a 206 quilômetros da capital do Estado, limitando-se com os municípios de Serra do Mel, Carnaubais, Paraú, Jucurutu, Alto do Rodrigues, Afonso Bezerra, Ipanguaçu, São Rafael, Mossoró e Upanema. (...) Açu é a terra das cerâmicas, dos produtos hortifrutigranjeiros, e de uma forte agropecuária. " (Terras Potiguares, de Marcus César Cavalcanti de Morais)
A barragem Armando Ribeiro Gonçalves e o Campi avançado da UERN constituem-se em destaques da cidade.
A propósito, Açu antigamente escrevia-se com dois esses, e hoje?

ESTÓRIAS COM AGAR

CHUVA NA TERRA, CHUVA NO MAR

O período chuvoso me faz relembrar de um personagem que já se foi, mas deixou comigo algumas recordações. A cada chuva grossa, daquelas com trovões, ventos, relâmpagos, me vem à memória a história que contavam dele. Um dia começou uma chuvinha bem leve, de poucos pingos. Foi no começo do inverno. Ele tinha plantado no seco, esperava ansioso pela chuva. Como disse, começou a chover de mansinho. Aí o velho não conteve a alegria e começou a cantar: "Ê chuva na terra, ê chuva no mar, meu barquinho se perdeu, ó mamãe, quase morro de chorar!" Sem perceber que a chuva engrossava, ele continuou cantando: "Ê chuva na terra, ê chuva no mar, meu barquinho se perdeu, ó mamãe, quase morro de chorar!" E a chuva a cada minuto ficava mais intensa, acompanhada de trovões e relâmpagos, que cortavam o ar, além dos ventos fortes. Quando percebeu que o tempo se fechou, o velho, que tinha muito medo de chuvas fortes, começou a cantar baixinho e depois parou. Dizem que ele se amoquecou dentro de uma rede, casmurro, e cobriu-se com um lençol, morrendo de medo. Naquela casa ninguém mais pôde dar um pio, porque se alguém assim o fizesse, seria advertido com um "cala a boca"! Só se ouviu um som naquela residência quando a chuva parou. Aí todos podiam cantar: ""Ê chuva na terra, ê chuva no mar, meu barquinho se perdeu, ó mamãe, quase morro de chorar!"

Wednesday, April 11, 2007

PEQUENOS GESTOS, GRANDES FEITOS

Nesse mundo complexo há pequenas ações que podem evitar grandes transtornos. Uma delas é uma simples casca de banana. Quando alguém pisa numa, o resultado todo mundo sabe. Se for famoso, vira logo notícia. Se não, terá logo que procurar o caminho de Mossoró para engessar o pé ou mão. Ontem mesmo retirei uma que estava bem quietinha em frente a um colégio infantil. Pode me acreditar que fui pra casa bem maneirinho. Maneiro porque pratiquei uma ação que muitos acham que é besteira, que não vai salvar o mundo. Não. Não vai salvar o mundo, mas poderá salvar uma perna ou um braço de ser machucado ou quebrado. O gesto não vai salvar, mas poderá ser visto por outros e imitado.
Sempre que vejo uma casca de banana numa calçada, dou meia volta e a retiro dali. Às vezes coloco dentro de um daqueles tambores ou depósitos de lixo. Estou até desconfiando que tenha gente me pastorando na hora que passo, pois já sabem que apanho e evito um acidente.
E por falar em depósito, será que Upanema já não merece mais depósitos de lixo para que as pessoas coloquem o mesmo lá e também sirva para pequenos gestos como o meu? Há locais que não têm um sequer: exemplo: Bairro Pêgas.

Wednesday, April 04, 2007

ESTÓRIAS COM AGAR

UMA MÁQUINA PERIGOSA

A máquina fotográfica já passou por várias mudanças no seu formato e modernidade. Alcancei o tempo em que ela era colocada num tripé e era bastante grande. Depois fizeram outras grandes, mas que já se podia sustentá-la nos braços. Aí já foi agora, nos anos setenta pra cá. Há poucos anos inventaram a digital. É uma maravilha. Além de fotografar também filma. Há umas que filmam durante alguns minutos ou horas. A história de hoje tem uma dessas máquinas modernas daquelas que a pessoa programa e corre pra frente dela para ser fotografado. O negócio foi hilariante porque havia uma multidão de “fotografantes”. Existe essa palavra? Não sei. Só sei que a partir de agora ela vai existir. Meus amigos, minhas amigas. Brasileiros e brasileiras. Quando o cara programou a maravilhosa máquina e correu para onde estava a multidão dos que iam ser fotografados (nem precisava, porque ela espera bem uns quinze segundos) o povão correu em disparada, cada um procurando uma direção para se refugiar do suposto perigo iminente. Dizem que aquela batida fotográfica foi em vão, visto que só as paredes não saíram do lugar. Só as paredes foram fotografadas.
Para terminar a nossa história, o proprietário da máquina ainda gritou: por que vocês estão correndo? Não corra, minha gente! Aí um do grupo respondeu por todos: Ora, se você é o dono da máquina, correu, imagine nós!

Tuesday, April 03, 2007

COISAS DA LÍNGUA

UM PAÍS SEM PUNIDADE?

As aparências também enganam na língua. Para escrevermos e falarmos bem necessitamos de muitas leituras. Mesmo lendo bastante, tropeçamos todos os dias nas palavras. Afinal, herrar é umano, não é? Vamos a dica de hoje?
Já virou chavão dizer-se que o Brasil é o país da impunidade. Se há impunidade, logo as ações são impunes, isto é, as pessoas escapam à punição. O tropeço ao se expressar sobre o assunto é dizer que alguém que deve ser punido terá punidade. Pois não foi isso que escutei recentemente uma pessoa com o peito cheio dizer que no Brasil não existe punidade eficiente para os crimes hediondos? A pessoa queria dizer que não há punição eficiente, isto sim. Até parece que o oposto de impunidade é punidade, mas não é. É punição. Se você já teve vontade de dizer punidade, não diga. Estou prevenindo para que depois um chato não esteja corrigindo seus deslizes.