Tuesday, April 17, 2007

ESTÓRIAS COM AGAR

CHUVA NA TERRA, CHUVA NO MAR

O período chuvoso me faz relembrar de um personagem que já se foi, mas deixou comigo algumas recordações. A cada chuva grossa, daquelas com trovões, ventos, relâmpagos, me vem à memória a história que contavam dele. Um dia começou uma chuvinha bem leve, de poucos pingos. Foi no começo do inverno. Ele tinha plantado no seco, esperava ansioso pela chuva. Como disse, começou a chover de mansinho. Aí o velho não conteve a alegria e começou a cantar: "Ê chuva na terra, ê chuva no mar, meu barquinho se perdeu, ó mamãe, quase morro de chorar!" Sem perceber que a chuva engrossava, ele continuou cantando: "Ê chuva na terra, ê chuva no mar, meu barquinho se perdeu, ó mamãe, quase morro de chorar!" E a chuva a cada minuto ficava mais intensa, acompanhada de trovões e relâmpagos, que cortavam o ar, além dos ventos fortes. Quando percebeu que o tempo se fechou, o velho, que tinha muito medo de chuvas fortes, começou a cantar baixinho e depois parou. Dizem que ele se amoquecou dentro de uma rede, casmurro, e cobriu-se com um lençol, morrendo de medo. Naquela casa ninguém mais pôde dar um pio, porque se alguém assim o fizesse, seria advertido com um "cala a boca"! Só se ouviu um som naquela residência quando a chuva parou. Aí todos podiam cantar: ""Ê chuva na terra, ê chuva no mar, meu barquinho se perdeu, ó mamãe, quase morro de chorar!"

0 Comments:

Post a Comment

<< Home