Sunday, February 25, 2007

TRÊS DICAS PARA OS FUMANTES

Há três dicas infalíveis para os fumantes terem chances de viverem mais alguns anos. A primeira é pararem de fumar; a segunda, pararem de fumar; e a terceira, pararem de fumar.

MEU CADERNO DE ANOTAÇÕES

24-02-2006 – É inaugurado mais um conjunto residencial: o conjunto “Luiz Tomaz de Aquino” (conhecido por Luiz de Zé Ronca). É localizado no bairro Pêgas, próximo ao estádio de futebol Calazans Freire.
28-02-2005 – Parte dos professores do Estado do RN entra em greve porque a governadora deixou de cumprir acordos com a categoria.
01-03-2003 – Inauguração da FM 104,9 em torno do meio-dia.

DICIONÁRIO UPANEMÊS

VIRAR – Engolir. Ex: São ainda nove da manhã e o homem já virou três copos de cachaça.

BENZA DEUS PRA NÃO MURCHAR!– A expressão é muito usada aqui quando alguém faz uma visita a um recém-nascido ou aprecia algo belo. Com medo de botar algum quebrante, diz a expressão acima. Quem não sabe o que é "quebrante," espere, pois noutro dia direi.

Friday, February 23, 2007

UPANEMA ESPERA

Desde que eu me entendo de gente que conheço a história da BR 110 que não vem. Agora temos mais duas coisas que Upanema espera ansiosamente pela sua concretização: a telefonia celular e a escola estadual, mais precisamente a Escola Estadual José Calazans Freire. Quem é bom aí de previsão para acertar quando estas coisas virão?

ESTÓRIAS COM AGAR

NO TEMPO DE LAMPIÃO

No tempo de Lampião, o povo tinha muito medo que ele aparecesse na região. Há muitas histórias engraçadas que os mais velhos contam. Antes de contar a engraçada, vou contar uma interessante. Dizem que os cabras de Lampião passavam num povoado saqueando e amedrontando a todos. Ao chegar numa casa, o dono não se encontrava. Só a mulher e os filhos tiveram que receber aqueles visitantes. Como de costume, o chefe ordenou que a mulher matasse algumas galinhas para a refeição de sua tropa. A mulher o fez apressadamente, depois servindo a todos. Na hora da refeição um dos cabras inventou de reclamar que a comida estava insossa. E na verdade estava mesmo. Lampião, por sua vez ordenou à mulher que trouxesse um pacote de sal. Dirigindo-se ao homem que reclamava, despejou todo o sal no prato, obrigando-o a comer com o sal em demasia. Depois disse: você não está vendo que a mulher está nervosa, e por isso esqueceu-se de colocar sal? Assim, ele nos ensinou uma grande lição.
A história engraçada é esta: num povoado próximo da zona urbana do município de Upanema o povo estava apavorado na expectativa de Lampião aparecer na região. O povo tremia só de pensar que ele aparecesse lá. Uma família resolveu partir cedo e não esperar pelo pior. Arrumou as trouxas e saiu na carreira. Ao atravessar um passadiço, a mulher, que levava uma criança pequena no tuntum soltou a inocente no chão para descansar um pouco. Na pressa, a mulher agarrou uma melancia do cercado mais ou menos do tamanho da criança. Conta a história que a mãe veio perceber o engano somente a vários quilômetros do local. Como mãe verdadeira, ela teve que voltar, mesmo com muito medo de encontrar Lampião com os seus cabras.
Conheço outra história que um homem fugiu com uma panela de feijão fervendo na cabeça. O caldo derramava, queimando o corpo, mas ele dizia: Por Deus que não é quente, por Deus que não é quente!

Thursday, February 22, 2007

MEMÓRIA UPANEMENSE

CHUVA DE PEDRA

Na manhã do dia 16 de fevereiro deste ano, uma forte chuva de granizo surpreendeu quem estava na região de Lisboa. A chuva de pedra que durou mais ou menos um minuto, deixou as ruas e estradas cobertas de branco. Apesar do susto, não houve ocorrências de acidentes ou ferimentos.
Não houve chuva de granizo só nos tempos dos Faraós de corações endurecidos, na época em que Moisés queria libertar o povo do jugo egípcio. Todo upanemense que tenha hoje quarenta anos acima se lembra de uma chuva de pedra. Tenho a viva lembrança que aparava pedrinhas de vários tamanhos. Não tinha medo porque não havia motivo pra isso. Porém, alguns adultos achavam que era o fim dos dias. Estive interrogando alguns moradores sobre o assunto. Um deles confirmou o fato e foi bem preciso até na data: 25 de dezembro de 1976.

EXPRIÊNCIAS POPULARES SOBRE AS CHUVAS NO SERTÃO

Eis algumas experiências que o homem que cultiva a lavoura do campo acumula ao longo dos tempos:

● Se cair tanajura e se não chover em cima dela, faz verão, nem que seja por alguns dias. Se cair chuva em cima, aí logo o inverno vai pegar.;
● Se formigas da lagoa se mudam, haverá chuva;
● Quando os cupins revestem suas casas, está próximo o inverno;
● Feijão bravo carregado, é sinal de bom inverno;
● Caboré cantado de noite: chuva;
● O sapo é um bom adivinhador de chuva. Se ele canta, é chuva na certa;
● Se a rã canta ou rapa, como preferem alguns, ela está dizendo que logo, logo vai chegar chuva.
● Se o enxu tem muito mel e fio, haverá chuva.

As experiências acima foram detalhadas por um experiente agricultor. Ele disse que tudo isso está acontecendo neste ano de 2007. E se confirmou nos dias do carnaval.

FATO E OPINIÃO

Mais ruas estão sendo beneficiadas com o calçamento em Upanema. As Ruas Augustinho Pinto e Zefa Gonçalves no Bairro Pêgas, Cohab, estão em fase de conclusão. Na semana que segue o carnaval, no ritmo que estão os trabalhos, os moradores daquelas duas ruas ganharão calçamentos.
Se a coisa continuar como vai, daqui a um ano não teremos mais ruas pra calçar. Só restará ao atual e o próximo prefeito cuidarem do saneamento básico, principalmente no que se refere aos esgotos. No governo federal há projetos nesse sentido. Acredito que os gestores que tiverem mais prestígio e forem “cavadores” de recursos, trarão pra suas cidades esses benefícios.

COISAS DA LÍNGUA

Durante o período carnavalesco, muita gente das capitais brasileiras tira pra o interior a fim de curtir a festa. Outros que não curtem o período carnavalesco tiram para locais onde não haja o barulho. Observou como usei duas vezes o verbo tirar num sentido muito usado no nosso meio, porém não é costume ser usado noutras regiões do país? Tirar aqui significa tão somente ir. Na época das grandes secas, muitos nordestinos tiraram pra São Paulo na esperança de encontrarem bons empregos.

Thursday, February 15, 2007

ESTÓRIAS COM AGAR

Dizem por aí que recentemente dois rapazes iam numa moto numa grande velocidade. Aconteceu o que você está pensando: a danada derrapou e lepo. Dois corpos estendidos pelo chão! O do bagageiro, machucou uma das mãos na pancada. Assim que se levantava da queda, lamentou-se, diga de quê? Ele falou nesses termos: mas, home! Logo machucar a mão que segura o mouse!
Abro um parêntese, talvez inútil, mas abro pra explicar que o personagem do bagageiro da moto é ligadíssimo em computador, especialmente em internet. Passa horas e horas acessando a rede mundial de computação. Na hora da queda, o que veio em sua mente foi o prejuízo de não poder acessar a internet com facilidade.

Wednesday, February 14, 2007

DICIONÁRIO UPANEMÊS

Nesse período de perspectivas de início do inverno, não poderia deixar de colocar uma palavra que é muito usada por nós upanemenses. É "librineiro". Achamos pouco neblineiro, trocamos o n pelo l. O significado todo mundo sabe, acho. É uma chuvinha fina e que dura minutos e às vezes horas. Upanema está nesse librineiro desde cinco da manhã.

Tuesday, February 13, 2007

TOLERÂNCIA ZERO

O cara passava na rua com um CD. Uma pessoa olha pra e pergunta: é CD? Ele não perde a viagem e responde: Num tá vendo não? É um quilo de carne enfiado numa palha!

ESTÓRIAS COM AGAR

Um rapaz chega numa casa que tinha um recém-nascido de um mês e poucos dias. De voz arrastada (uma de suas características) pergunta: co-mo é o no-me de-le? “Dela”, diz a mãe do nenê. “De-la? O no-me do me-ni-no é De-la?” Não, responde a mãe. É uma menina. Não é um menino. Por isso eu disse dela.

Thursday, February 08, 2007

TOLERÂNCIA ZERO

Estava fazendo um calor de deixar todo mundo inquieto e resmungando contra o tempo. Chega uma pessoa e diz: esse calor só pode ser chuva. Aí o rapaz responde na bucha, com toda convicção: não é chuva não. Se fosse chuva a gente estava todo molhado. É quentura, mesmo! Se fosse chuva as goteiras estariam pingando e o clima estava bem agradável, frio.

ANOREXIA E OS MODISMOS

Eu sabia que este negócio de perder peso indiscriminadamente não iria dar certo. A Anorexia Nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por limitação da ingestão de alimentos, devido à obsessão de magreza e o medo mórbido de ganhar peso. Muitos entraram por este caminho sem se dá conta do mal que estão se enredando. As dietas forçam grosseiramente o metabolismo. Por causa disso muitas garotas não resistiram e morreram. A anorexia não deixa de ser um dos modismos dos nossos tempos. Assim sendo, nutrimos a esperança de que esse comportamento alimentar passe.

Monday, February 05, 2007

MODISMOS

Até pensei que rifa fosse coisa do passado e de gente velha. Mas não. Mais uma vez me enganei. Agora as rifas em Upanema estão a todo vapor. É não sei quantas rifas em cada final de semana. Para quem não sabe, a força motriz da rifa é o jogo. Geralmente um animal (de preferência um porco) é morto e pesado. Depois as pessoas compram as fichas e jogam. Quem for ganhando vai levando os quilos de carne. Há jogos de bozó e cartas. Acho que não é preciso dizer que a malvada da cachaça é um personagem indispensável. Sem ela muitos não ficarão lá muito tempo. Jogando, comendo e bebendo, as pessoas se sentem no paraíso. Mas as vezes esse paraíso se transforma num purgatório ou inferno, porque com a bicha na cabeça tudo pode acontecer. Não sei mais detalhes porque nunca participei de uma. Qualquer informação a mais pode perguntar a Silva Júnior.

TRIBUNA

Segundo a Lei Orgânica Municipal de Upanema, "Cabe ao Município, promover o desenvolvimento cultural da comunidade local, mediante: (...) auxiliar aos universitários na manutenção de transportes, bolsas e apoio à pesquisa." (Art. 189, IV). A prefeitura já oferece o serviço de apoio aos universitários no que se refere ao transporte. Quanto às bolsas e o apoio à pesquisa, não é do meu conhecimento que essa atribuição esteja sendo executada. Quem souber me diga.

ESTÓRIAS COM AGAR

CHUTANDO ERRADO
Sabe daquele sonho no qual a gente rasga a rede tentando frear um carro? Ah! Tá mangando de mim? É por que nunca dormiu de rede. A minha história de hoje é sobre um sonho de uma pessoa. Logo no dia seguinte correu pra me contar. Ainda bem que ela não ler blog. Foi assim: Bem sentado numa cadeira de balanço, dormia ele um bom sono. Lá pras tantas da madrugada sonha que jogava uma partida de futebol, daquela de gente bruta de morrer enganchada. Daquele tipo de jogador que quer tomar a bola do outro a todo custo. Aí o sonhador quer tirar a bola de um adversário muito craque. Não deu outra. Tacou o pé rasgando tudo. E sabem o que ele chutou de verdade, na vida real? Um banco de madeira bem grande que estava à sua frente. Acordou atarantado chutando o objeto, pregando um bom susto nele mesmo. Terminou. História sem graça, né? Mas é assim mesmo. Quando não tenho uma história de futuro, escrevo qualquer uma. E o bom leitor vai na minha e ler mesmo. O mau leitor não ler nada. Por isso é mau leitor. Mau com u. Ele é tão mau que nem sabe por que é mau com u. Agora você vai saber. Mau com u é o oposto de bom. Mal com l é o oposto de bem. A regra funciona desse jeito. O mau leitor nem sabe que é mau e que isso é mau pra ele. Imagine saber que ele é mau com u.

Saturday, February 03, 2007

COISAS DA LÍNGUA

MUNICIPAL
Certa vez fui questionado sobre a abreviação da palavra municipal. Achava eu que era mun, porém não poderia provar. Quem procura, acha. E achei. Município e municipal trazem a abreviatura mun. É a opinião de Cândido Jucá Filho, Membro da Academia Brasileira de Filologia, Membro da Academia Carioca de Letras,etc. Aproveitando, hora e horas trazem um h na abreviação. Ok?

Friday, February 02, 2007

FILOSOFIA PURA

Nada neste mundo pode desacontecer. É o famoso “não se poder chorar o leite derramado”. Muita gente está nesta situação. Estão querendo que desaconteça o acontecido. Pode? Não pode. Isso só acontece nas comédias. Quem nunca viu Didi dos Trapalhões chutar a bola e depois voltar pra ele mesmo? Ou chutar a bola e depois cabecear culminado com o gol? E o desenho do Superchoque? Não é que ele faz voltar o tempo e evita que um fato aconteceu não aconteça mais? Mas isso só é possível na ficção. Na vida real a coisa é diferente. Se aconteceu,aconteceu. A vida é muito importante. Por isso é preciso que preservemo-la.

HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA

FOME ALÉM DO LIMITE

Imagine que você chegue numa casa, no pingo do meio-dia, com o bucho pregado no espinhaço, com uma fome insuportável. E chegue mesmo na hora que o dono da casa está se preparando pra almoçar. Digamos que isso aconteça na zona rural, lá numa casinha nos cafundós, ou onde Judas (acho que o Iscariotes) perdeu as botas. Ou foi o cão que perdeu as botas? Ah! Não sei se ninguém perdeu bota nenhuma. Talvez tenha sido Judas mesmo, porque quando traiu o Mestre ele ficou apavorado com o que fez. Aí deve ter corrido doido. E se usava botas, pode ter perdido. Mas vou deixar as botas de lado e continuar minha suposição. Antes que o dono da casa entre pra almoçar, ele chame você para acompanhá-lo até a cozinha para almoçar junto. Insista mais uma vez e mais uma vez. Aí você responda envergonhado: não, num quero não. Já almocei. O que acontece com você depois que o homem já esteja remexendo nos pratos e colheres, comendo o bom feijão com arroz? Ah! Você fica morrendo de arrependido por não ter aceitado o convite. Que besta fui eu em não ter acompanhado o dono da casa! Pois é. Dizem que aconteceu isso com um homem. Sabe qual foi a reação dele? Lá fora, sozinho, ouvindo o barulhinho dos pratos e colheres, ele caiu num desespero tão profundo que fez o seguinte: pegou um tamborete e saiu de cozinha a dentro. Ao chegar perto do dono da casa exclamou com todas as poucas forças que restavam: Repita o que me disse há pouco tempo, lá na sala de fora! Repita! O outro, perplexo, quase que se engasga e perde a fala, mas ainda pôde responder: não, meu senhor, só me lembro que chamei você pra almoçar e nada mais! Ah, respondeu o outro. Isso mesmo! Bote meu almoço!