Friday, August 11, 2006

UM DIA DE FEIRA


Dizem que um homem estava num daqueles fins de feira espreitando o movimento característico dos freqüentadores: bêbados “encharcando” as pessoas, muita gente lisa de bolso, preços dos produtos lá pelas tabelas, sonolência e arrumações dos produtos que não tinham sido vendidos.
Sujeito da história observava entre os circunstantes um feirante que observava um displicente vendedor de queijo. Talvez cansado, o pobre vendedor não observava o que se passava ao redor. Aquele que eu denominei de sujeito no começo deste parágrafo, muito vivo, ao perceber o descuido do outro, lançou mão de um bom queijo que estava dando sopa bem próximo de si, colocando-o diligentemente e apressadamente numa bolsa que trazia. Abro um parêntese para explicar que os feirantes costumavam (e ainda é uso atual) carregar uma bolsa de palha a fim de colocar alguns produtos que não cabiam no saco da feira.
Pois bem. O nosso mui amigo saiu em disparada em direção a um prédio velho, aparentemente abandonado, cujo nome viemos a saber como uma velha bolandeira lá pelas quebradas do rio da cidade. Agora mais uma explicação: entre os significados para a palavra, “bolandeira” os melhores dicionários dizem que é “máquina de descaroçar algodão”. Naquele grande prédio havia uma daquelas máquinas. Não se sabe se naquele momento do ocorrido ainda existia uma.
Só sabemos que o nosso homem da história correu pra lá, como disse, a passos largos a fim de devorar o queijo roubado astutamente. A fome era tanta que o homem logo chegou no velho prédio. De posse de uma velha peixeira, tratou logo de puxar da bolsa de palha o produto alimentício e igualmente puxou da arma que enfiava na cinta.
Quando já tinha como certo que iria comer uma fatia, o pior aconteceu: não sabia ele que tinha sido seguido, passo a passo, desde o local do começo desse conto. Apesar de a distância não ser grande, os dois chegaram ao local simultaneamente e esbaforidos por terem caminhado rapidamente. O outro seguia-o escondendo-se aqui e ali.
Como dizia, antes de colocar o primeiro pedaço na boca, foi surpreendido pelo homem que estava escondido por trás de uma parede. Naquele momento gritou com toda a força:
-Seu ladrão, larga do meu queijo! Não tem vergonha não?!
Naquele instante, os senhores e as senhoras poderão deixar o pensamento livre pra imaginar o estado de espírito daquele senhor.
-Ui! Gritou o pobre homem nervoso, deixando bolsa e queijo no local mencionado.
Não é necessário dizer que o outro, ainda mais esperto do que o primeiro, tratou logo de comer à beça, também matando a velha fome, levando assim, o que sobrou para sua casa.
Também não é preciso mencionar a razão pela qual o primeiro homem da história correu ao ouvir o grito do outro. Essa é uma das muitas histórias de ladrão que rouba ladrão.








MEU CADERNO DE ANOTAÇÕES

11 de agosto de 2003

Hoje é dia do estudante. Este é muito diferente do simples aluno. Este há muitos. Aqueles, há poucos. Muitos que freqüentam os bancos escolares não sabem o significado de ser estudante. São meros freqüentadores de escola e nada mais.


DICIONÁRIO UPANEMÊS

Amundiçado - Atitude de quem é mundiça. Ex: Não gosto de gente amundiçada.
Amurrinhado - Esmorecido pela doença; com o corpo mole, fraco. Ex: amanheci hoje meio amurrinhado.
Ande! - O mesmo que “venha!”
Anel - Brincadeira de criança que faz passar uma pedrinha de mão em mão, ao som de uma música. Aquele que ficar com o anel (pedrinha) passará para os outros.
Angu – Fuxico.
Anta - Pessoa lerda, lesada ou que anda devagar. Ex: Ande, anta!
Antojo(ó) - 1.Enjôo na gravidez 2. Nojo de alguém.
Apanhar - Comprar. Ex: Apanhei um som usado.
Apartado - Separado maritalmente.

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