Thursday, January 25, 2007

ESTÓRIAS COM AGAR

TENTANDO LARGAR UM VÍCIO

Saibam que para se largar um vício o ser humano dar muitas voltas, faz muitas artimanhas. Isso também varia de pessoa pra pessoa. Há até os que deixam de fumar somente na presença dos outros. Dizem assim: deixei hoje. Aí passa um bom tempo enganado os outros. A si mesmo, não. Há os que deixam por um capricho ou por motivos religiosos, ou por motivo de saúde dele ou dos outros, por uma promessa.
Talvez você já esteja cansado de tanto comentário preliminar. Então vamos a curta história. Esta se deu no comecinho dos anos oitenta. Um rapaz costumava realizar encontros religiosos nas casas. Auxiliado por uma vitrola, realizava pequenos encontros em casa de pessoas amigas. Tocava umas músicas, depois fazia uma homilia. Às vezes saía um bolinho com refrigerante, tendo em vista que as celebrações quase sempre era de aniversário. Depois do encontro, conversa vai, conversa vem, na roda da conversa, estava um velho muito viciado em mascar fumo. Todos ali exortavam para que ele deixasse de uma vez aquele maldito vício, porque só traz doença. “Deixe esse vício maldito, pois só assim o senhor poderá viver mais uns anos. Isso não presta. É uma porqueira. Rebole isso! Faça um esforço, velho! Além de gastar a saúde, gasta também dinheiro. Pra que gastar naquilo que não é pão?!” Eram estes os conselhos na cara do velho. Aí ele não resistiu: enfiou a mão num bolso da calça e tirou um pacote de fumo, quase lacrado. Parece que tinha usado somente uma vez. Era um velho vocacionado para a mascação. Não contou conversa. Jogou-o com toda força no pé de uma castanhola em frente da casa onde estavam. O rebolo foi acompanhado de palavrões contra o fumo e o maldito vício: “coisa ruim, porqueira, vai pra lá. Nunca mais vou botar tu na boca! Te desconjuro!” Nessa altura, eu que sou um narrador personagem da história, (inclusive até fui um dos conselheiros do velho) já tinha lanchado, fui pra casa dormir. Pra terminar a história, (que está cada vez mais sem graça) confesso que até há dois ou três anos atrás pensava eu que o velho tinha largado para sempre a mascança de fumo. Não. Um dos participantes daquele encontro me disse que o velho não se conteve e apanhou o pacote de fumo, levando-o para casa. Findando agora a história. De verdade. O senhor mascador de fumo morreu como um autêntico mascador de fumo. Parabéns pra você pela coragem de ter lido esta história verídica. Você se for viciado em qualquer coisa, pode tentar deixar, porque se conseguiu ler esta enfadonha e mal contada estória com agar, conseguirá vencer qualquer vício.

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