Saturday, December 02, 2006

HISTÓRIA DE ASSOMBRAÇÃO

ESCASSEZ DE ÁGUA E ALMAS DO OUTRO MUNDO

Na seca de 1970, o bem mais precioso estava muito escasso. Por essa razão é que seu Antônio madrugava pra chegar mais cedo que os outros. Bem cedinho, às 3:30 ou 4 da madrugada, lá estava seu Antônio na cacimba, funda cacimba, colhendo a pouca água com uma velha cuia. Duas latas vazias de querosene e um galão de madeira era o instrumento que conduzia a preciosa água de beber até sua residência que distava uns duzentos ou trezentos metros.
Numa dessas idas, ao chegar lá, depois que estava perto de encher as duas latas, eis que escuta uma musiquinha no alto da cacimba. “Nã, nã, nã, na, nã, nã!” A cacimba era bem funda porque a seca era braba e só se encontrava água naquela profundidade. E as almas moças continuaram naquele nã, nã, nã. Seu Antônio ao ouvir aquilo, ficou desesperado e aproveitou a ocasião que colocava água na lata, e jogou, com toda força, uma cuia cheia, em direção das almas, dando um grito. Depois não viu outra solução senão pegar a lata com o conteúdo que tinha dentro e meter o pé na carreira. Ficou tão apavorado que saiu de costas com o galão, numa posição de defesa, olhando para as almas do outro mundo.
Mesmo com as pernas de molambo, conseguiu chegar em casa. Afrontado, não conseguiu chamar pela mulher. Apenas bateu insistentemente na porta. Logo a porta de cima foi aberta, ele pulou pra dentro, sem poder explicar o que acontecera. Bem depois, quando a voz voltou ao normal, conseguiu explicar à mulher.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home